[RESENHA ESCRITA] ADORMECIDA

[RESENHA ESCRITA] Adormecida






O nome do livro já dá indícios do que se trata e logo que vi quis comprar. Sem nenhuma resenha ou indicação mergulhei na história de Rose.
Adormecida é uma adaptação futurística do conto Bela Adormecida –minha princesa preferida - então logo que peguei no livro comecei a ler. Foi um dia de leitura, e para quem espera um romance daqueles “água com açúcar” se engana, a obra é cheia de críticas sociais, ficção cientifica e visões futurísticas. Nessa onda de distopias daria até para classificar como uma.

A história começa em um tempo já avançado, onde os humanos já conhecem outras formas de vida e todo o sistema solar já foi explorado. Entre as criações está o chamado "estase", um tubo onde as pessoas conseguem viajar por todo o sistema sem interferência, é como um sono induzido ou coma, o fato é que você para no tempo enquanto mergulha nos sonhos proporcionados pelo estase e não envelhece. Rose Fitzroy, a protagonista, é filha dos maiores empresários que existem naquele mundo, que é totalmente controlado por eles. Sem o resto da humanidade saber eles mantém esses tubos em casa, e Rose é sempre colocada para dormir, até que um dia, ela é deixada lá, durante longos 60 anos (já se lembraram da historinha da Bela adormecida né?).

“– Você disse Fitzroy? – Brendan perguntou. – Rose Fitzroy?
– Sim – respondi. – Por quê?
– Preciso buscar ajuda – Ele me deu as costas e se foi.”

Se você é uma pessoa meio romântica ou que busca um pouco de romance, irá encontrar na obra - em pouca escala - mas com grande importância.
Xavier é o amor da vida de Rose, mas antes disse ele foi seu melhor amigo. Xavy era sete anos mais novo que ela. Contudo, como ela era colocada sempre em estase acabou que ao passar dos anos ficou mais nova que ele. E dai se desenrola uma trama. A história começa com Bren (sessenta anos depois) encontrando Rose no porão de sua casa, a partir dai Rose começa sua busca por explicações sobre o que aconteceu.

O livro tem seus altos e baixos. A história se passa em primeira pessoa, e tive grandes problemas com isso, já que em determinado momento uma personagem coadjuvante narra, são poucas as parte, mas o problema fica em como a escritora separou as narrativas de Rose e esse outro personagem. Ela simplesmente não separou! Você vai lendo pensando que é uma narrativa de Rose e percebe que não, é outro alguém. Falta de prática na narrativa, a qual é bem linear, podia ter sido trabalhada em terceira pessoa.
Outra coisa foram alguns detalhes que a autora deixou sem explicação, objetos que ela inventou para esse mundo futuro que ela não dá uma descrição. Ás vezes o livro trás esse toque de dúvida e nos deixa pensar e imaginar por nós mesmos, mas nesse livro específico era necessário uma explicação.

“– Não foi uma tonta – falou Bren – Esta é uma situação com a qual acho que os seres humanos não são geneticamente programados para lidar.”

Nos pontos altos o livro ganhou muitos créditos comigo. A história é surpreendente e muito bem trabalhada. Os personagens são fortes em suas características. A crítica social é muito bem construída. A autora questiona até que ponto as pessoas chegam para alcançar o poder, o que elas fazem para ter controle e o que nossa tecnologia pode causar em sociedade. Além disso, tem todo o lado emocional. O mistério é um ponto forte em toda a narrativa, por que além daqueles que a protagonista tenta descobrir, aparece outros, mas de maneira diferente. Durante a história ela descobre coisas que nem estava procurando, algo que estava escondido, então você acaba se surpreendendo por nem ter imaginado que teria algo “a mais”.

Para completar a história tem seu final, que é comovente, mas que ainda poderiam ser desenvolvidas coisas em outro livro. Na primeira vez que eu li, a autora estava pedindo apoio aos fãs para que a editora publicasse (a já escrita continuação). E desde então nada. Fui descobrir agora, ao escrever essa resenha, que ela conseguiu lançar a continuação nos Estados Unidos em dezembro passado com o título “Not Life But This”.

Deixo aqui uma das capas americanas que é belíssima:



Por Rafaela Oliveira

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