[RESENHA ESCRITA] “As Luzes de Setembro” - Carlos Ruiz Zafón
Sinopse: Durante
o verão de 1937, Simone Sauvelle fica de repente viúva e abandona Paris junto
com os filhos, Irene e Dorian. Eles se mudam para uma cidadezinha no litoral da
Normandia, e Simone começa a trabalhar como governanta para Lazarus Jann, um
fabricante de brinquedos que mora na mansão Cravenmoore com a esposa doente.
Lazarus demonstra ser um homem agradável, trata com consideração Simone e os
filhos, a quem mostra os estranhos seres mecânicos que criou: objetos tão
bem-feitos que parecem poder se mover por conta própria. Já Irene, fica
encantada com a beleza do lugar e por Ismael, o pescador primo de Hannah,
cozinheira da casa. Os dois logo se apaixonam. Todos estão animados com a nova
vida quando acontecimentos macabros e estranhas aparições perturbam a harmonia
de Cravenmoore: Hannah é encontrada morta, e uma sombra misteriosa toma conta
da propriedade. Juntos, Irene e Ismael, desvendam o segredo da espetacular
mansão repleta de seres mecânicos e sombras do passado, enfrentam o medo e
investigam as estranhas luzes que brilham através da névoa em torno do farol de
uma ilha. Em As luzes de setembro, aquele mágico verão na Baía Azul será para
sempre a aventura mais emocionante de suas vidas, num labirinto de amor, luzes
e sombras.
Resenha: Entramos na história de Simone Sauvelle, mãe
de dois filhos, em Paris, 1936, retratando sobre a perda de seu marido Armand.
Armand levou consigo seu sorriso cativante, mas deixou todas as suas inúmeras
dívidas à família. Até então com uma vida muito boa e agradável, Simone se vê
na obrigação de comandar a família financeiramente. As crianças, Irene e
Dorian, passam a ajuda-la como podem e se desfazem de muitos bens materiais
para sobreviver. A família recebe uma proposta de moradia e trabalho, em uma
cidadezinha da costa chamada Baía Azul. A nova moradia seria dada em troca dos
serviços de governanta de Simone, no casarão de Cravenmoore, onde morava apenas
o Sr. Lazarus Jann e sua esposa adoentada e reclusa a seu quarto a 20 anos. O
território do casarão era muito vasto, pois além da própria casa, ainda existia
a fábrica de brinquedos que Lazarus era proprietário. Os brinquedos produzidos
por Jann eram, em sua maioria mecânicos, chamados de autômatos. Todos os
brinquedos, cômodos, portas, enfeites da casa eram muito assustadores, tudo se
escutava, tudo se sentia, mas nada se via...
Lazarus Jann, após a recepção dos novos companheiros de
casa, deixou claro as regras que se aplicavam a moradia deles ali: Todos os
quartos do andar superior eram proibidos, não podendo entrar lá sob nenhum
pretexto, e, sobretudo, na ala oeste da residência, onde ficava a sua esposa.
Além do casal que morava na casa, havia uma serviçal que ajudava nos serviços
domésticos, muito faladeira e espontânea, chamada Hannah.
Depois de algum tempo morando em Cravenmoore, Irene conhece
o primo Ismael de Hanna, um pescador que ajuda seu tio nas tarefas marítimas
diárias. Logo de imediato, Irene se interessa por Ismael, e o romance chave do
livro começa a se desenrolar.
Já assustados com os enigmas e todas as coisas “estranhas”
que se passam na casa, Irene e Simone veem suas vidas muito mais abaladas após
a morte misteriosa de uma personagem principal da história, e o mais
intrigante, após a visita desta personagem à ala oeste da casa... Arrepios constantes
e pesadelos acometem os habitantes de Cravenmoore, ninguém sabe o que se passa
nos andares superiores, ninguém entende o motivo das proibições de Lazarus,
ninguém poderia prever o que estava para acontecer naquela casa...
“As maçanetas das portas eram rostos risonhos que piscavam
os olhos ao girar. Um corujão de plumagem magnífica dilatava suas pupilas de
vidro e batia as asas lentamente na penumbra”
“Tem mais alguém aqui – murmurou Irene. – Posso sentir...”
Minha percepção quanto ao livro: Esta foi a obra de
suspense que me deixou mais apavorado, e com mais medo dentre todas as lidas. Muito diferente de outros livros, este pode-se
assemelhar muito a filmes de terror e suspense. O fato de existirem os
autômatos espalhados pela casa, alguns com olhos de vidro, réplicas de corpos
humanos, alguns que parecem animais vivos, e portas que abrem e fecham sozinhas
me deixou um tanto “cabreiro” ao lê-lo. Quando me recomendaram, já fui avisado que
este não era um thriller qualquer, era algo beeeeeeeem superior ao tradicional.
Em algumas partes do livro achei um tanto enrolado, porém os acontecimentos
após a morte do(a) ... fez o livro pegar fogo!!! Não esperava gostar tanto e me
surpreender mais ainda. Em alguns momentos precisei me concentrar muito bem
para entender os detalhes, principalmente ao final do livro... quanto tudo é
revelado, e claro, ficamos com o queixo lá no joelho. Mais uma obra muito
recomendada, mas realmente irá gostar os aficionados por leitura investigativa/terror/suspense.
Hoje para mim é a melhor obra de suspense lida. Vale a pena se aventurar pela
ala oeste de Cravenmoore.
Notas gerais sobre o livro: O livro é bem curtinho,
pequeno, mas um tanto complexo para ler, o autor divaga muito em seus
pensamentos, e para um ótimo entendimento, precisa-se de paciência e atenção
aos detalhes. Achei muito interessante a capa do livro da edição da SUMA de
Letras, mostrando uma garota de aproximadamente 16 anos (Irene), logo a frente
de um farol litorâneo comum. Percebemos bastante diálogos entre os personagens
e uma ótima descrição de todos eles.
Espero que vocês tenham gostado da resenha, que vocês
comprem o livro para se deliciar como eu, e que postem aqui as suas
experiências ao lê-lo também. =)
I.S.B.N: 9788581051925
Altura: 23cm.
Largura: 16cm.
Profundidade: 1cm.
Acabamento: Brochura
Número de páginas: 232